Woman Hating

Carla Gomes (@carlahenriqueg)
14 min readOct 30, 2020

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DWORKIN, Andrea. Woman hating. Nova Iorque: Plume, 1974.

Capa do Livro Woman Hating, escrito por Andrea Dworkin.

Existe a miséria do corpo e a miséria da mente, e se as estrelas, quando olhamos para elas, derramassem néctar em nossas bocas, e se a grama tornasse-se pão, nós ainda ficaríamos tristes. Nós vivemos em um sistema que fabrica tristeza, vertendo de seus moinhos as águas do sofrimento, oceano, tempestade; e nós nos afogamos, mortos, cedo demais.

… insurreição é a inversão do sistema, e revolução é a mudança da maré.

(Julian Beck, The Life of the Theatre)

A revolução não é um evento que dura dois ou três dias, no qual há tiros e enforcamentos. É um longo processo no qual novas pessoas são criadas, pessoas capazes de renovar a sociedade, para que a revolução não substitua uma elite por outra, mas para que ela crie uma estrutura com pessoas não autoritárias que, por sua vez, reorganizam a sociedade de modo que ela se torne uma sociedade humana não alienada, livre de guerras, de fome e de exploração.

(Rudi Dutschke — 7 de março de 1968)

Não se ensina a alguém a contar apenas até oito. Não se diz que o nove, o dez, e tudo para além disso, não existe. Oferece-se tudo às pessoas, ou elas são incapazes de contar. Existe a revolução verdadeira, ou nenhuma de fato.

(Pericles Korovessis, em uma entrevista em Liberation, em Junho de 1973)

INTRODUÇÃO

Este livro é uma ação, uma ação política cujo o objetivo é a revolução. Não existe outro propósito. Não é para a sabedoria intelectual, ou qualquer merda acadêmica, nem são ideias gravadas em pedra ou destinadas à imortalidade. Ele é parte de um contexto, e esse contexto é de mudança. É parte de um movimento planetário para reestruturar as formas de comunidade e de consciência humana, para que as pessoas tenham poder sobre suas vidas, participem plenamente da comunidade e vivam com dignidade e liberdade.

O compromisso de acabar com a dominação masculina, como realidade psicológica, política e cultural essencial da vida na Terra, é o compromisso revolucionário fundamental. É um compromisso para a transformação de si e para a transformação da realidade social em todos os níveis. O cerne deste livro é uma análise sobre o sexismo (o sistema de dominação masculina), a respeito do que se trata e de como ele opera sobre e dentro de nós. Todavia, eu quero, antes, discutir brevemente dois problemas tangenciais a essa análise, que são cruciais para o desenvolvimento do programa e da consciência revolucionários. A primeira é a natureza do movimento de mulheres como tal, e o segundo tem a ver com o trabalho do escritor.

Até a aparição da brilhante antologia Sisterhood Is Powerful e do livro extraordinário de Kate Millett, Sexual Politics, mulheres não pensavam em si mesmas como pessoas oprimidas. Muitas mulheres, e isto deve ser admitido, ainda não o faz. Contudo, a origem do movimento de mulheres, como um movimento radical de liberação na América, pode ser datada com a publicação desses dois livros. Aprendemos, ao reivindicarmos nossa história (1), que existiu um movimento feminista que se organizou em torno da conquista do voto para mulheres. Aprendemos que essas feministas eram, também, abolicionistas fervorosas. Mulheres revelaram-se como abolicionistas — saindo do armário, da cozinha e do quarto — em reuniões públicas, jornais e ruas. Duas ativistas, heroínas do movimento abolicionista, eram mulheres negras: Sojourner Truth e Herriet Tumbman; e elas são protótipos de modelos revolucionários.

Essas feministas americanas pioneiras pensavam que o sufrágio era a chave para a participação na democracia americana e que, uma vez livres e emancipados formalmente, os antigos escravos tornariam-se, de fato, livres e emancipados. Aquelas mulheres não imaginavam que o voto seria, na prática, negado aos negros por meio de testes de alfabetização, de qualificações de propriedade e de ações de vigilância policial por parte de brancos racistas. Também não anteviram o surgimento da doutrina “separados, mas iguais”, nem as finalidades para as quais seria posta.

Feminismo e a luta pela liberação de negros eram partes de um todo. Esse todo era chamado, talvez ingenuamente, de luta pelos direitos humanos. O fato é que essa consciência, uma vez experimentada, não pode ser negada. Uma vez que mulheres experimentaram o ativismo e começaram a compreender a realidade e o significado da opressão, elas começaram a articular um feminismo politicamente consciente. O foco delas, o objetivo concreto, era obter o sufrágio.

O movimento de mulheres foi formalizado em 1848 nas Cataratas de Seneca, quando Elizabeth Candy Stanton e Lucretia Mott, ambas ativistas abolicionistas, convocaram uma convenção. Essa convenção esboçou o The Seneca Falls Declaration of Rights and Sentiments, que é, até mesmo para os padrões de hoje, uma declaração feminista excepcional.

Na luta pelo voto, mulheres desenvolveram muitas táticas que foram usadas no Movimento dos Direitos Civis, quase um século depois. A fim de alterar as convenções, mulheres tiveram que violá-las. As feministas (sufragistas) eram ativistas políticas militantes que usaram as táticas de desobediência civil para alcançar seus objetivos.

A luta pelo voto começou, oficialmente, com a Convenção de Seneca Falls em 1848, mas foi apenas em 26 de agosto de 1920 que mulheres obtiveram o direito ao voto, concedido caridosamente pelo eleitorado masculino. Mulheres não imaginavam que o voto praticamente não atingiria, muito menos transformaria, suas próprias situações opressivas. Também não imaginavam que a doutrina “separados, mas iguais” seria desenvolvida como uma ferramenta de dominação masculina. Também não imaginavam os usos para os quais ela seria posta.

Também sempre existiram feministas individuais — mulheres que violaram os mandamentos do papel feminino, que desafiaram a supremacia masculina, que lutaram pelo direito de trabalhar, pela liberdade sexual, pela liberação da escravidão imposta pelo contrato de casamento. Frequentemente, esses indivíduos eram eloquentes ao falarem da opressão que sofriam como mulheres em suas próprias vidas, mas outras mulheres, conformadas ao seu papel, não as escutaram. Feministas, mais frequentemente como indivíduos, mas também organizadas em pequenos grupos militantes, lutaram contra o sistema que as oprimia, o analisaram, foram presas, ostracizadas. Entretanto não houve um reconhecimento generalizado, entre mulheres, de que eram oprimidas.

Nos últimos 5 ou 6 anos, esse reconhecimento tornou-se mais difundido entre mulheres. Começamos a entender a violência extraordinária que foi praticada contra nós e que tem sido praticada contra nós: como nossas mentes são abortadas em seu desenvolvimento por uma educação sexista; como nossos corpos são violados por imperativos opressivos de embelezamento; como a polícia funciona contra nós em casos de assédio e de estupro; como a mídia, as escolas e as igrejas conspiram para nos negar dignidade e liberdade; como a família nuclear e o comportamento sexual ritualizado nos aprisiona em papéis e formas que nos são degradantes. Criamos sessões de conscientização para tentar entender a extensão extraordinária de nosso desespero, para tentar encontrar a profundidade e os limites de nossa raiva internalizada, para tentar encontrar estratégias para nos libertarmos de relações opressivas, do masoquismo e da passividade, de nossa falta de respeito próprio. Houve dor e êxtase nesse processo. Mulheres descobriram umas às outras porque, verdadeiramente, nenhum outro grupo oprimido foi tão dividido e conquistado. Mulheres começaram a lidar com opressões concretas: para se tornar parte do processo econômico, para apagar leis discriminatórias, para ganhar controle sobre suas próprias vidas e sobre seus próprios corpos, para desenvolver a capacidade material de sobreviver sob nossos próprios termos. Mulheres também começaram a articular análises estruturais da sociedade sexista — Millett fez isso com Sexual Politics; em Vaginal Politics, Ekken Frankfort demonstrou os vieses complexos e mortais do establishment médico; em Women and Madness, Dr. Phyllis Chesler mostrou que instituições psiquiátricas são prisões para mulheres que se revoltavam contra os papéis femininos bem definidos pela sociedade.

Começamos a nos ver nitidamente, e o que vimos era desprezível. Vimos que fomos, como Yoko Ono escreveu, os negros do mundo (2), escravas dos escravos. Vimos que fomos o derradeiro negro doméstico, tolas lambedoras de saco, submissas, polidoras, confusas. Reconhecemos todo nosso comportamento social como comportamento aprendido que funcionou para a sobrevivência em um mundo sexista: nos pintamos, sorrimos, expusemos pernas e bundas, tivemos crianças, mantivemos casas. Fizemos isso como uma acomodação à realidade das políticas de poder.

Maior parte das mulheres envolvidas na articulação da opressão de mulheres eram brancas e de classe média. Gastamos enormes quantias de dinheiro, mesmo que não recebêssemos ou controlássemos. Graças à nossa participação no estilo de vida da classe média, nós fomos opressoras de outras pessoas, nossas irmãs brancas pobres, nossas irmãs pretas, nossas irmãs latinas — e os homens que, por sua vez, também as oprimiam. Essa trama de opressão firmemente entrelaçada, que é a estrutura racista de classe da Amérika (3) de hoje, assegurou que, onde quer que se esteja, se tenha pelo menos um pé pesando na barriga de outro ser humano

Mulheres brancas de classe média vivemos na casa do opressor-de-todas-nós, que nos sustentou enquanto abusava de nós, nos vestiu enquanto nos explorava, nos “estimou” em pagamento das várias funções que desempenhamos. Nós fomos melhor alimentadas, melhor mantidas, melhor vestidas, as mais voluntariosas concubinas que o mundo já conheceu. Não tivemos dignidade ou real liberdade, mas tivemos boa saúde e vidas longas.

O movimento de mulheres não lidou com essa questão essencial, e essa é a mais terrível das falhas. Tem havido pouco reconhecimento de que a destruição do estilo de vida da classe média é crucial para o desenvolvimento de formas decentes de comunidade nas quais todas as pessoas podem ser livres e ter dignidade. Certamente, não há um programa para lidar com as realidades do sistema de classes na Amérika. Pelo contrário, a maior parte do movimento das mulheres tem, com uma cegueira espantosa, se recusado a assumir esse tipo de responsabilidade. Apenas o movimento das creches tem, de alguma maneira, refletido ou agido pragmaticamente a respeito das necessidades concretas de mulheres de todas as classes. A raiva da administração de Nixon por ter cortado os fundos para creches é, na melhor das hipóteses, ingênua. Dada a estrutura das políticas de poder e de capital na Amérika, é ridículo esperar que o governo federal aja em prol do interesse do povo. O dinheiro disponível para a mulher de classe média que se identifica como feminista deve ser canalizado para programas que queremos desenvolver, e nós devemos desenvolvê-los. Em geral, mulheres de classe média têm se recusado absolutamente a tomar qualquer tipo de ação, assumir qualquer compromisso que possa interferir, ameaçar ou alterar significativamente seu estilo de vida, um padrão de vida que é endinheirado e privilegiado.

A análise do sexismo nesse livro articula, claramente, o que a opressão de mulheres é, como ela funciona e como está enraizada no psiquismo e na cultura. Essa análise, contudo, é inútil se não estiver amarrada a uma consciência política e a um compromisso de redefinir totalmente a comunidade. Não se pode ser livre nunca, jamais, em um mundo não livre. No curso de redefinir família, igreja, relações de poder e todas as instituições que habitam e ordenam nossas vidas, não há como se agarrar ao privilégio e ao conforto. Tentar fazer isso é destrutivo, criminoso e intolerável.

A natureza da opressão de mulheres é única: mulheres são oprimidas como mulheres, não importa sua classe ou raça; algumas mulheres possuem acesso a uma riqueza significativa, mas essa riqueza não significa poder; mulheres podem ser encontradas em todo lugar, mas não possuem ou controlam nenhum território calculável; mulheres vivem com aqueles que a oprimem, dormem com eles, têm seus filhos. Nós estamos emaranhadas de tal forma no cerne do maquinário e desse modo de vida que nos é ruinoso, que parece desalentador. Maior parte das mulheres tem pouco senso de dignidade, de respeito próprio ou de força, já que essas qualidades estão diretamente ligadas à masculinidade. Em Revolutionary Suicide, Huey P. Newton afirma que os Black Panthers não usavam armas por serem símbolo de masculinidade, mas encontraram a coragem para agir do modo que agiam porque eles eram homens. Quando nós, mulheres, encontramos a coragem para nos defendermos, para nos posicionarmos contra a brutalidade e o abuso, nós estamos violando toda noção de feminilidade que já nos foi ensinada. Por essa simples razão, o caminho para a liberdade, para mulheres, está destinado a ser tortuoso.

A análise deste livro aplica-se à situação de todas as mulheres, mas nem todas as mulheres estão num estágio de emergência primária como mulheres. O que quero dizer com isso é simples. Como uma judia na Alemanha Nazista, eu seria oprimida como mulher, mas seria caçada e assassinada como judia. Como uma nativo-americana, eu seria oprimida como uma mulher (4), mas seria caçada e assassinada como uma nativo-americana. Essa primeira identidade — a que traz consigo a morte, como parte de sua definição — é a identidade de emergência primária. Essa é uma admissão importante, porque evita uma série de confusões. O fato, por exemplo, de muitas mulheres pretas experienciarem emergência primária como pretas, de modo algum diminui a responsabilidade da comunidade negra de assimilar esta e outras análises acerca do sexismo e de aplicá-las em seu próprio trabalho revolucionário.

Como uma escritora com um compromisso revolucionário, eu estou particularmente chateada com os tipos de livros que têm sido escritos e com os motivos pelos quais os escritores os estão escrevendo. Quero que escritores escrevam porque eles estão comprometidos com o conteúdo desses livros. Quero que escritores escrevam livros como ações. Quero que escritores escrevam livros que possam fazer a diferença no modo, e mesmo na motivação, de as pessoas viverem. Quero que escritores escrevam livros pelos quais valha a pena ser preso, pelos quais valha a pena lutar, e, caso se chegue a este ponto nesse país, pelos quais valha a pena morrer.

Livros são, em sua maior parte, na Amerika, empreitadas comerciais. As pessoas os escrevem para ganhar dinheiro, para se tornarem famosos, para construir ou fomentar novas carreiras. Maior parte dos Amerikanos não lê livros — eles preferem televisão. Acadêmicos trancam livros em um emaranhado de ideias confusas e abstrações. A ideia é de que existem pensamento, arte e vida não estão relacionados. A crença é de que ter uma ideia decente ou moral é ser uma pessoa decente ou moral. Por causa dessa estranha esquizofrenia, os livros e a sua escrita têm tornado-se, tal qual o bordado, parte de um estilo de vida em decadência. Uma vez que tem havido desprezo pelos processos de escrita como um meio de descobrir significado e verdade, e de leitura como uma parte desse mesmo processo, nós destruímos regularmente os poucos escritores sérios que temos. Transformamos eles em personagens de histórias em quadrinhos, os purgamos de toda privacidade, coragem e senso comum, os exorcisamos sua visão apenas pela diversão, demandamos que eles nos entretenham ou sejam esquecidos. E é uma grande tragédia, porque o trabalho do escritor nunca foi tão importante como agora na Amérika.

Muitos vêem que nessa terra de pesadelos, a linguagem não tem significado e o trabalho do escritor está fadado à ruína. Muitos vêem que retirar o sentido da palavra falada e escrita é o triunfo da consciência autoritária — para que não possamos falar ou escutar o outro. É dever do escritor resgatar a linguagem daqueles que a usam para justificar assassinatos, pilhagens, violações. O escritor pode e deve realizar o trabalho revolucionário de usar a palavra para comunicar, como comunidade.

Aqueles de nós que amam ler e escrever acreditam que ser escritor é uma responsabilidade sagrada. Ela implica dizer a verdade. Significa ser incorruptível. Significa não ter medo e nunca mentir. Aqueles de nós que amam ler e escrever sofrem diante de tantos escritores que se tornaram covardes, palhaços e mentirosos. Aqueles de nós que amam ler e escrever começaram a sentir um desprezo mortal por livros, porque nós vemos escritores sendo comprados e vendidos no mercado — nós os vemos vendendo suas mercadorias manchadas em cada esquina. Muitos escritores, a fim de manter o estilo de vida Amerikano (5), venderiam as próprias mães por trocados.

Para cumprir com a responsabilidade sagrada do escritor, basta respeitar as pessoas e amar a comunidade. Violar essa responsabilidade é abusar de si mesmo e causar danos a outros. Acredito que o escritor tem uma função vital na comunidade e uma responsabilidade absoluta para com as pessoas. Peço que este livro seja julgado nesse contexto.

Especificamente, Woman Hating é sobre mulheres e homens, os papéis que desempenham e a violência entre eles. Começamos com contos de fadas, os primeiros cenários de mulheres e homens que moldam nosso psiquismo, que nos educaram antes mesmo que pudéssemos questioná-los. Seguimos para a pornografia, na qual encontramos cenários explicitamente sexuais e, agora, mais reconhecíveis para nós mesmos, mulheres carnais e homens heroicos. Seguimos para a nossa história (6) — os pés de lótus da China, a queima de bruxas na Europa e na Amérika. Então, vemos os contos de fadas e as definições pornográficas de mulheres funcionando na realidade. Vemos a verdadeira aniquilação de mulheres reais — a redução da liberdade , da vontade, das vidas à nulidade — e como foram forçadas a viver e a morrer. Vemos as dimensões do crime, as dimensões da opressão, a angústia e a miséria que são uma consequência direta da polarização na definição dos papéis sociais gendrados, de mulheres definidas como carnais, diabólicas, Outras (7). Reconhecemos que é a estrutura da cultura que desenha as mortes, violações e violências, e buscamos por alternativas, meios de destruir a cultura que nos é conhecida, reconstruindo-a como podemos imaginar.

Escrevo, no entanto, com uma ferramenta quebrada, com uma linguagem que é sexista e discriminatória em sua essência. Tento fazer as distinções: não usar “história” como toda a história humana, “homem” como o termo genérico para a espécie, “hombridade” como sinônimo de coragem, dignidade e força. Contudo, não fui bem sucedida ao reinventar a linguagem.

Este trabalho não foi realizado em isolamento. Deve muito a outros. Agradeço a minhas irmãs que, em todo lugar, estão se levantando por si mesmas contra a opressão. Agradeço a minhas irmãs que estão pesquisando nosso passado em comum, registrando-o para que possamos conhecê-lo e sentir orgulho. Agradeço a minhas irmãs cujos trabalhos contribuíram grandemente para minha própria consciência e determinação — particularmente Kate Millett, Robin Morgan, Shulamith Firestone, Judith Malina e Jill Johnston.

Também agradeço aos que, por meio de seus livros e de suas vidas, ensinaram-me tanto — em especial, Allen Ginsberg, James Baldwin, Daniel Berrigan, Jean Genet, Huey P. Newton, Julian Beck e Timothy Leary.

Agradeço aos meus amigos em Amsterdã, que foram como uma família durante boa parte da escrita desse livro e que me ajudaram durante períodos muito difíceis.

Agradeço a Mel Clay, que acreditou neste livro desde seu princípio mais obscuro, aos editores de Suck e, em particular, a Susan Janssen, a Deborah Rogers, a Martin Duberman e a Elaine Markson, que tem sido maravilhosa para mim. Agradeço a Marian Skedgel, por sua ajuda e por sua bondade. Agradeço a Brian Murphy, que tentou me dizer, há muito tempo atrás, que O era uma pessoa opressiva. O capítulo 3 é dedicado a Brian.

Agradeço a Karen Malpede e a Garland Harris pelo suporte e pela ajuda. Agradeço a Joan Schenlar, por me incentivar a ir um pouco além do que eu estava disposta a ir, ou do que eu era capaz de fazer.

Agradeço a Grace Paley, a Karl Bissinger, a Kathleen Norris e a Muriel Rukeyser. Sem seu amor e amizade, esse trabalho jamais teria sido feito. Sem seus exemplos de força e de compromisso, eu não sei quem eu seria, ou como.

Agradeço a meu irmão Mark e a minha cunhada Carol, por sua amizade, cordialidade e confiança. Agradeço a meus pais, Sylvia e Harry Dworkin, pela devoção e apoio durante todos esses anos, que, para eles, devem ter parecido intermináveis, enquanto sua filha estava aprendendo o ofício dela. Agradeço a eles por terem me criado com carinho e ternura e por acreditarem tanto em mim que eu pude aprender a acreditar em mim mesma.

Andrea Dworkin

Nova Iorque, Julho de 1973.

1- NT.: a autora utiliza o neologismo herstory, que combina as palavras her (dela) com history (história)

2- NT.: Referência a uma entrevista dada por Yoko Ono à revista Nova em 1969, na qual afirmou “Woman is the n***** of the world”

3- NT.: no original, Amerika. A autora opta por esta grafia, ressaltando o caráter fascista da sociedade estadunidense.

4- NT.: a autora usa o termo squaw, que é um modo pejorativo de referir-se às mulheres nativo-americanas.

5- NT.: no original, Amerikan way of life

6- NT.: no original, herstory

7- NT.: aqui, a autora faz referência à obra de Simone de Beauvoir, O Outro Sexo

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